sábado, 6 de março de 2010

SOBRE O AMOR

"Que desilusão. Só tinha 16. Parecia 19, 20. Parecia até especial. Mas só tinha 16. Acho que me enganou porque era grosso. Parecia ser mais por ser grosso. Mas só tinha 16. Eu que nunca me engano. Mas só tinha 16. Talvez a língua boa aluna ajudasse na mentira gostosa. A língua áspera. Os 16 grosso. O sorriso falso. Nas palavras boas e nas mãos brutas. Por que tanto desespero? Esse amor só tinha 16."

NOVEMBRO DE 2009.

RETOMANDO...

"Vamos concretar o mundo. Chegaremos com as caçambas e cobriremos tudo. Nossos livros que se queimem todos. Nossas palavras que virem murmúrios. Nossos filhos que escorram perna abaixo. Não restará uma mísera folhinha verde. Só a Casa Verde.
A casa verde ali paradinha parecendo uma bocetinha toda pequenininha, pois nunca agüenta todo o resto que eu tenho pra colocar. Então eu fico ali dentro, mas só a metadinha. A casa verde coitadinha, não agüenta tudo que eu tenho pra falar. A casa verde, aquela virgenzinha não agüenta tudo que eu tenho pra sofrer. A casa verde não sabe ainda gozar. É só um buraquinho menino."

Por Carolina Mascarenhas e Cesar Felipe Pereira