quinta-feira, 5 de novembro de 2009

ANATOMIA DA PRINCESA DE MEIA PATACA III

A Princesinha continuou a envelhecer, e o Príncipe Descuidado, cuidou-se para não ficar mais solitário. A Princesa burra achou, por algum motivo débil, que ele esperaria a velha adolescência passar. Mas, o Príncipe muito esperto, preferiu não apostar novamente no cavalo errado, e a Princesa agora teria que assumir o trono sozinha. A Princesinha agora viraria Rainha. E assim se cumpriu. A alma velha da jovem Rainha se despedaçou e ela enlouqueceu. Pensou em golpes de estado, leis severas, invasão de terras, mas, sabia que o seu Príncipe não voltaria atrás. A aliança no dedo, o sorriso sereno nos lábios, ela conhecia o peso das decisões que ele tomava. A nossa jovem Rainha Louca sabia que tinha perdido aquela guerra. E agora que o príncipe não voltaria definitivamente, a Rainha elucubrava quem daria um jeito no dragão maldito que morava na porta do seu quarto? Quando percebeu o hóspede permanente, A Rainha Louca, desesperada, tentando fugir do Dragão, embebedava-se nas tavernas, e se escondia em poções mágicas de magos baratos. “Tadinha”. Via em todos os bobos da corte o Príncipe Descuidado. Enlouquecida, tentava desesperadamente que corrigissem seu retrato estilhaçado. Em vão. No fim da noite, como Dora Maar au chat, ela ainda tenta achar seu Príncipe, talvez descuidado em algum lugar só deles. Insistentemente esperava seu príncipe mesmo sabendo que sua cama estava suja demais para recebê-lo, mesmo sabendo que já era vulgar demais falar de amor. Agora, resta para a jovem Rainha Louca, criar coragem e abrir o gás enquanto algum bobo da corte é pago para lhe contar mentiras.

3 comentários:

Anônimo disse...

ehhh, maninha aprendeu a escrever; óia só: "Insistentemente esperava seu príncipe mesmo sabendo que sua cama estava suja demais para recebê-lo, mesmo sabendo que já era vulgar demais falar de amor. Agora, resta para a jovem Rainha Louca, criar coragem e abrir o gás enquanto algum bobo da corte é pago para lhe contar mentiras".

Que maravilha, carol!

acrescento Vinícius (q cabe em quase todos os lugares):
"meu vizinho do lado se matou de solidão / ligou o gás o coitado, o último gás do bujão / porque ninguém queria, ninguém lhe dava atenção / porque ninguém mais lhe abria as portas do coração / levou com ele seu louro e um gato de estimação"....

parabéns! e meus pêsames ao q já devia (devia?) há mto estar enterrado!

Quickstrike disse...

Ao invés de abrir o gás não rola limpar cama? Ou trocar o lençois? Ou comprar um colchão novo?

Flávio Jacobsen disse...

Buenas!